terça-feira, 21 de julho de 2015

O olhar que se perde


"Vai, menina, vai buscar o que vi no teu olhar! Vai buscar tua felicidade perdida, que eu hei de abençoar!"

Vai, menino, diz o que você vê no meu olhar. Eu não sei o que busco, tampouco o que encontro, então como hei de continuar?

Vai, menino, me dá uma luz. O que você vê no meu olhar? Esse brilho é sinal de esperança ou uma lágrima a despencar?

Vai, menino, eu tô esperando. Me diz o que você vê no meu olhar! Meu olho observa, seduz e cobiça, mas nunca parece se saciar. Meu olho procura mar, mas vê fumaça. Procura branco, mas vê preto. Procura areia, mas vê asfalto. Procura Pedro, mas vê João. Procura isso, mas vê aquilo.

Vai, menino, diz o que você enxerga. Diz se essa luz me guia ou me cega, me bronzeia ou me queima, me ilumina ou me engana. Diz se falta muito para nos encontrarmos no fim do túnel e se esse fim do túnel é um final feliz.

Vai, menino, acaba logo com isso. Quero a resposta para buscar a tal felicidade perdida, pois o que mais tenho de perdida sou eu mesma. Minha cabeça pensa uma coisa, meu corpo faz outra. Minha consciência diz para eu parar, eu continuo. E vice-versa.

Vai, menino, quais são minhas alternativas? Dá uma dica, um conselho, um sinal. Se eu souber para onde devo ir, certamente saberei COMO ir.

Só preciso saber o que você vê nesse olhar. Olhar que olha mas não enxerga. Não encontra. Não reconhece.

Que olhar é esse, menino?

Foto: o olhar que se perde mas não se esconde.

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