segunda-feira, 27 de abril de 2015

É falhando que se aprende



Hoje eu acordei com muita coisa pra fazer: acordar antes das 6:30, correr, começar a nova dieta, continuar a monografia e tomar um medicamento manipulado pra fortalecer unhas e cabelos.

Nada feito.

Quanto mais a gente se cobra, menos a gente realiza. Talvez essa pressão que exercemos sobre nós mesmos nos induza a seguir na direção contrária, tornando essa "check list" uma espécie de competição. Um jogo em que ansiamos por combater cada pendência de forma racional e um tanto quanto calculista, como se enfrentar nossas próprias dificuldades fosse fácil.

Ei, a vida não é um tabuleiro no qual você enxerga suas atuais condições em forma de desenho. Sua conta bancária não está estampada na casinha de número sete, seu dinheiro não é multiplicado se você simplesmente sortear a carta certa. Seu destino não depende da areia branca e fina que cai de uma ampulheta, tampouco do dado que você joga. Sua sorte não depende dos demais jogadores.

Na verdade, a vida é um pouco mais complexa.

Seu maior inimigo não está ao seu lado, escondendo uma canastra ou movendo o pino de outra cor. Seu inimigo está na sua própria pele.

Suas fraquezas não são expostas como meras ilustrações, dessas que a gente vê no Jogo da Vida e desvia quando necessário. Suas fraquezas são mais abstratas, discretas, sutis como um tumor em estágio inicial. Às vezes, você precisa passar por uma experiência ruim para finalmente notá-las. Afinal de contas, nós nunca conheceríamos nossas fraquezas se não falhássemos. Mas quer saber? Falhar faz parte. Saber falhar é uma arte. Como diz Projota e Negra Li,

O ser humano é falho
Hoje mesmo eu falhei
Ninguém nasce sabendo
Então me deixe tentar

Embora eu tenha acordado às 7:00, trocado minha corrida matinal por mais uma hora de sono, comido um bolo incrível no Dia Mundial da Dieta, largado a monografia pra escrever no meu blog e ignorado o tal medicamento milagroso, continuo tentando. Cada uma dessas falhas denuncia meu ponto fraco e, assim, eu consigo traçar um "plano B" que aponte a direção certa.

Eu tenho medo de dar errado. Mas e se der certo? É essa segunda opção que me desafia. Me instiga. Me move. E então vem o recomeço, tão doce e bem-vindo como o primeiro passo de quem nunca andou na vida e sabe que ainda tem muita perna pra bater.

Ah, mente inquieta, não dificulta. Me dá uma segunda chance. Ou terceira. Quarta.

Eu já te enchi de orgulho uma vez, lembra?

Então me deixe tentar.

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