segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Ano Novo de novo



Os primeiros dias do ano me deixam sentimental. Sinto falta do clima natalino, das contagens regressivas compartilhadas no Facebook, do "Feliz Ano Novo" que o porteiro me dá. Sinto falta dos compromissos fúteis que antecedem uma viagem e deixam nossa agenda lotada, tipo depilação, manicure e idas ao shopping para trocar os presentes. Sinto falta da expectativa que criamos com a virada literal do ano: olhar no relógio, acompanhar os segundos, vibrar com os quatro zeros do relógio e abraçar a pessoa que estiver mais perto. Sinto falta dos fogos, do champagne estourando e do modo como esqueço os meus problemas. Sinto falta de quem já partiu, de quem se afastou e de quem foi para longe. Sinto falta das novas amizades que o verão nos dá, assim como dos pequenos amores.

Mas saudade dói e o tempo corrói, então todas essas lembranças voltam para a gaveta até que o próximo Réveillon se aproxime. Enquanto isso, trato de alcançar algumas metas (ou pelo menos tentar). Já pedi sucesso, dinheiro e um amor para a vida inteira, mas nem sempre fui ouvida. Dessa vez, prefiro pedir coisas mais básicas, mas que certamente me deixarão feliz.

Só quero ouvir Sam Smith em dia de folga, ter uma conversa inesperada com alguém inesperado, receber um "Like" daquele carinha que nunca me olha, descobrir um doce incrível (como a cocada que experimentei poucos dias atrás), pegar estrada mais vezes, sentir o cheiro do repelente que uso na praia, aceitar os meus erros sem repeti-los, pesquisar passagens aéreas com a impressão de que vou mesmo comprá-las, me arrepiar com uma canção e conhecer pessoas que saibam despertar meu lado não-tão-quieto-e-tímido.

Só quero tempo, coragem e um pouquinho de sorte. Um livro legal e um banho quente. Um travesseiro e uma consciência limpa. Um amor de verão e de todas as estações. Uma luz no fim do túnel e uma recompensa no fim do ano. Simples assim.

Foto: a luz que enxergo daqui.

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