terça-feira, 28 de outubro de 2014
Garotas e Seus Parafusos
Garotas são assim:
Choram durante a primavera, quando os resquícios de luz lhes fazem companhia na volta para casa. Odeiam o sol nos dias em que não podem aproveitá-lo. Do contrário, amam-no incondicionalmente. Garotas gritam, esperneiam e se machucam com o simples ato de pensar. Se apaixonam, se apegam e se desencantam com a mesma intensidade. Elas ainda sonham com príncipes, cavalos brancos e trilhas sonoras, mesmo que o único elemento real seja o terrível alarme do seu despertador. Não suportam linhas tortas de delineador, sapatos apertados e cinema sem pipoca. Gostam de mensagens inesperadas, encontros inusitados e viagens imprevisíveis. Adoram motoboys educados (e não xavequeiros), brigadeiros de panela (na panela) e cartinhas amarrotadas em gavetas intocáveis. Elas adiam o inadiável, recusam o irrecusável. Elas julgam o comportamento masculino, embora condenem o delas próprias. Elas se emocionam sem ver "Titanic" pela milésima vez, um Coldplay dentro do carro já é suficiente. Elas sabem comer como trogloditas. Elas perdem as estribeiras. Elas se esquivam, se escondem e recuam. Elas se atrevem, se arriscam e ousam. Finalmente, elas se arrependem.
Garotas são meninas-mulheres complexas demais para quem não faz parte dessa tribo, por isso se interessam por aqueles que têm a incrível capacidade de ler seus pensamentos. Basta acertar na música, no chocolate ou no elogio. Se, ainda assim, elas não se derem por satisfeitas, faz parte. Nem sempre é TPM, às vezes é saudade, depressão pós-nada, pé na bunda, ressaca ou carência. Repito: garotas são muito complexas. Mas se não fossem, que graça teriam?
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